3 coisas que aprendi com a leitura de um livro de wittgenstein

da leitura deste pequeno livro de filosofia, conferência sobre a ética, "levo comigo" um método que pode ser útil quando estamos perante uma palavra nova (no nosso contexto) ou uma palavra que, não sendo nova, não nos é familiar em termos de significado ou perante um problema. sim, wittgenstein pode ajudar-nos a resolver problemas.

filosofia wittgenstein

a filosofia de wittgenstein é muito útil para percebermos um pouco mais sobre a forma como comunicamos. é importante tomarmos consciência de que, ainda que utilizemos as mesmas palavras, cada um de nós atribui-lhes significados diferentes.

um dos exercícios que proponho e pratico consiste em ler um livro de filosofia, intercalando esta leitura com um livro de outras áreas. por exemplo, dedico um mês à estética, de heidegger, depois vou ler afonso cruz, volto à filosofia com schopenhauer, leio o malcom gladwell. o objectivo é duplo: ler obras de referência da filosofia e intercalar com leituras, permitam-me a expressão, “mais leves”.

 

conferência sobre ética

wittgenstein foi um dos autores que mais me marcou na licenciatura de filosofia. quando me deparei com um pequeno livro, de seu nome conferência sobre ética, fiquei muito curiosa. nas aulas de filosofia de linguagem falámos muito de wittgenstein, mas nas aulas de ética… nem por isso. não foi uma disciplina à qual o filósofo tivesse dedicado muito tempo e obra.

 

quem foi wittgenstein?

confesso que para responder a esta pergunta recorri aos meus apontamentos de filosofia da linguagem. tenho muita coisa de memória, mas quis certificar-me de algumas coisas. ludwig wittgenstein (1889 -1951) é um filósofo austríaco, que se naturalizou britânico.

escreveu o tractatus durante a guerra, enquanto soldado. nesta obra que se tornou uma referência na filosofia propõe-se uma linguagem mais normativa: “o mundo é tudo aquilo que acontece”, é feito de acontecimentos e nós articulamos os diversos acontecimentos através da cópula lógica “e”.

o filósofo defende que os problemas filosóficos nascem de um mau uso da linguagem e que os limites se aplicam à expressão do pensamento, não ao pensamento e si. esta obra faz parte da filosofia do “primeiro” wittgenstein, sendo identificado pelos estudiosos um “segundo” wittgenstein, mais tardio, autor das investigações filosóficas.

 

3 coisas que “levo comigo” para o trabalho de consultoria

da leitura deste pequeno livro de filosofia, conferência sobre a ética, “levo comigo” um método que pode ser útil quando estamos perante uma palavra nova (no nosso contexto) ou uma palavra que, não sendo nova, não nos é familiar em termos de significado ou perante um problema. sim, wittgenstein pode ajudar-nos a resolver problemas.

passo #1 

procura definir a palavra / expressão que procuras. no caso do problema, procura enunciá-lo de forma clara, distinta e sucinta.

passo #2 

amplia o sentido dessa palavra / expressão ou desse problema. conversar com um amigo ou falar com um pato de borracha pode ajudar nesse processo. considera consultar um dicionário, noutras línguas ou de diferentes especialidades.

passo #3

faz uma lista – ou um mind map – dos sinónimos para essa palavra / expressão. no caso dos problemas, procura formas de enunciar que sejam sinónimas.

 

agora a sério: a filosofia de wittgenstein é útil para “não filósofos”?

a filosofia de wittgenstein é muito útil para percebermos um pouco mais sobre a forma como comunicamos. é importante tomarmos consciência de que, ainda que utilizemos as mesmas palavras, cada um de nós atribui-lhes significados diferentes.

por vezes demoramos muito tempo até perceber que, por exemplo, estamos a usar a palavra “filosofia”, mas para mim significa um exercício de pensamento crítico e criativo, para outros resume-se à filosofia platónica, outros pensam na filosofia que tiveram na escola secundária.  ainda que todos saibamos o que é uma cadeira e conheçamos a palavra cadeira, possivelmente a imagem que temos da cadeira é diferente em cada um de nós.

 

leitura e apontamentos

além deste desafio da leitura que descrevo no primeiro parágrafo, farei o esforço para terminar a leitura do livro de filosofia com um resumo ou meia dúzia de notas para poder partilhar aqui no blog ou no twitter. desta forma garanto que consigo ter conteúdos “frescos” para partilhar convosco (Ta-DA!). além disso, espero assim poder apresentar-vos livros de filosofia que não conhecem ou que já conhecem mas cuja utilidade para o quotidiano vos é estranha.

 

caso tenhas curiosidade sobre algum livro ou filósofo, envia-me um e-mail ou um tweet e eu darei feedback. um destes dias promovo um #twitterchatpt sobre filosofia – o que achas?