o rei dos frangos é o rei do twitter? veremos.

a marca ainda vai a tempo de construir a persona do verdadeiro rei dos frangos e assim apresentar uma comunicação que vai para lá desta polémica, alinhada com o negócio e os pilares fundamentais da empresa.

talvez a cadeia de churrasqueiras, O Rei dos Frangos, seja mais familiar ao leitor ou à leitora do que o empresário referido. o problema da marca é que uma pesquisa rápida no google por rei dos frangos vai conduzi-lo/a imediatamente a um conjunto de notícias que envolvem Vieira e o empresário acima referido.

calma, Bruno, calma. 💁🏽‍♀️

primeiro que tudo, o contexto 

vamos ao contexto, a partir de uma notícia no Jornal Económico (de 7 de julho de 2021):

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e o empresário José António dos Santos, conhecido como “o rei dos frangos”, estão a ser alvo de buscas, avança o jornal Sol.

talvez a cadeia de churrasqueiras, O Rei dos Frangos, seja mais familiar ao leitor ou à leitora do que o empresário referido. o problema da marca é que uma pesquisa rápida no google por rei dos frangos vai conduzi-lo/a imediatamente a um conjunto de notícias que envolvem Vieira e o empresário acima referido. 🐔

o rei dos frangos é o rei do twitter? veremos. 1

 

perante as notícias e a menção ao rei dos frangos, a marca decidiu tomar uma posição através desta nota de imprensa que pode ser lida no seu website. afinal, a confusão entre o nome pelo qual é conhecido o empresário e a marca poderia facilmente acontecer. foi um movimento importante por parte da marca. ✅

o que se seguiu a isso foi uma tentativa de capitalizar o momento em termos de redes sociais: depois de uma ausência de dois anos no twitter, a conta avança com este tweet, aproveitando a “tendência”, bem como o facto deste canal televisivo insistir em divulgar em primeira mão as refeições de Luís Filipe Vieira:

 

o tweet teve 3,2K de likes e 385 retweets. não sei se partiu a grelha do assador, mas “partiu” a internet – entenda-se, foi um assunto muito falado no twitter durante algum tempo.

ainda no mesmo dia, a marca procurou surfar a onda com um tweet já com uma imagem própria e um copy associado ao contexto:

 

assinalo uma hashtag associada ao momento #overdadeiroreidosfrangos e outra que está associada a movimentos recentes na nossa sociedade como os médicos pela verdade ou jornalistas pela verdade – #frangospelaverdade. menos é mais: fiquemo-nos pela # do verdadeiro rei dos frangos.

 

o rei dos frangos e a imprensa

a Rádio Renascença recebeu o David Reis no programa As Três da Manhã a propósito da nota de imprensa e da confusão entre um rei e o outro.

a notícia também chegou à TSF: “eu é que sou o rei dos frangos“. também o Jornal de Negócios fez referência a esta questão no dia 8 de julho: “Santos “depena” Santos pelo título de Rei dos Frangos

em Moscavide, o rei dos frangos esteve muito bem junto dos jornalistas que acompanhavam os desenvolvimentos do caso Vieira e Santos:

 

virar frangos na comunicação e marketing

visitando o instagram, o twitter e o facebook vemos que o verdadeiro rei dos frangos vira frangos como ninguém na brasa – porém, está a fazer uso de uma táctica comum. qual? fazer a mesma publicação nas três redes, tal e qual, sem adaptar copy. aquele pecado capital e habitual das redes sociais. eu compreendo, ó grande rei dos frangos!

a nota positiva vai para o facto de manter algum nível de interacção com os utilizadores de cada rede social, o que poderá contribuir para a criação de uma comunidade em torno da marca. essa interacção é visível no twitter e no facebook.

“It all boils down to the conversation,” Sklar said. “Are people engaging with you? Likes are great, but they do you no good unless you are truly connecting with your audience.” [Madalyn Sklar]

 

duas breves recomendações para o rei dos frangos

[website e redes sociais] uma pesquisa nas redes sociais twitter, facebook e instagram levam-me ao encontro de três perfis que, ao que tudo indica, pertencem à marca. porém, estes perfis não estão linkados de forma alguma no website. é algo simples de fazer: deixar no site os links para as redes sociais.

motivos? faz a ponte entre o site e as redes, levando o consumidor / utilizador / possível cliente que pesquisa no site a ir deixar o like e o follow nas redes, a interagir e quem sabe a criar conteúdo para a marca (exacto, fotografando a refeição ou a ida a uma das lojas). além disso, garante que conseguimos verificar se os perfis pertencem mesmo da marca, para o caso de começarem a surgir outros reis dos frangos nas redes.

imagem do cabeçalho do perfil twitter do rei dos frangos o rei dos frangos é o rei do twitter? veremos. 2

 

[as bios e a #] a # #overdadeiroreidosfrangos podia perfeitamente ser entendida como algo que veio para ficar. seria muito oportuno colocar na bio: agora, aproveita-se o contexto e faz-se uma demarcação face ao empresário que está na berlinda da justiça; depois é dar continuidade ao verdadeiro rei dos frangos: o único em sabor, aquele que atende como ninguém, aquele que é o verdadeiro rei dos frangos – e do entrecosto!, aquele que tem 19 lojas espalhadas por todo o país… e por aí vai.

 

o rei dos frangos é o rei do twitter? vamos ver

a meu ver, o grande desafio da marca é duplo: criar consistência e criar relação com a comunidade. para surfar a onda é preciso saber que ela vai acabar. a onda é um momento.

A consistência vive de dedicação, de resistência à frustração e da disponibilidade para aprender através da tentativa e do erro. Ver que um tweet se tornou viral é giro, pode até trazer-nos visibilidade durante um dia ou dois, mas se não mantivermos uma presença consistente, com contributos permanentes para a comunidade, o viral não terá valido de nada. [the fab four]

seja no twitter ou noutra rede social é importante ser consistente (para conquistar confiança), atender ao contexto e comunicar em consonância com o mesmo, criar ou fazer curadoria de conteúdo com valor e cuidar da comunidade. [the fab four]

este momento que a marca está a viver pode trazer oportunidade.  #overdadeiroreidosfrangos poderia passar a constar nas lojas físicas, nos pontos de contacto com os clientes: factura, individual na mesa, cartazes afixados, embalagens de take away.

a # é um convite à partilha, associada aos ícones das redes sociais que indicam ao cliente onde é que a marca está presente. o user generated content está à distância de uma brasa e quem sabe se não criam uma tendência nova: não é só o sushi que fica sexy no instagram, o frango assado também é sexy!

a marca ainda vai a tempo de construir a persona do verdadeiro rei dos frangos e assim apresentar uma comunicação que vai para lá desta polémica, alinhada com o negócio e os pilares fundamentais da empresa. quem é o verdadeiro rei dos frangos? os colaboradores? os clientes? os fornecedores? há aqui tantas possibilidades de humanização da marca e de criação de confiança com a comunidade.

Seja online, seja offline, as linhas orientadoras para criar e vincar uma presença junto dos outros passa por apostar no conteúdo (que cative e que seja relevante, acrescentando a valor aos outros), adequado ao contexto e no qual se reconheça consistência (na frequência, na abordagem, no tom genuíno). Não há receitas que funcionem com cada um de vós, pois certamente aquilo que têm para dar (conteúdo) será único, assim como o contexto. E se não for, malta, pensem duas vezes antes de publicar ou de agir: estamos cansados do “mais do mesmo”, não estamos?

comecemos por acender a grelha. e depois é virar frangos. 🐔

 

📷 Hannah OliverUnsplash