motivos para ter um unicórnio em cima da mesa de trabalho

ao explicar um exercício de Edward de Bono, no âmbito de uma oficina sobre criatividade, dei por mim a dizer e a mostrar na janela do zoom, aos formandos: “podem inspirar-se nas coisas que encontram à vossa volta, em cima da mesa de trabalho. por exemplo: uma caneca, um livro, um unicórnio…” – e eis que um dos formandos me pergunta:

joana, mas quem é que tem um unicórnio em cima da mesa?

tenho eu. porquê? passo a explicar.

 

o peluche em forma de unicórnio

o unicórnio faz parte da minha “imagem de marca”, a par da franja, do 💩 e do 💎, o que constitui um motivo suficiente para ter comprado um peluche de unicórnio para ter por perto,  que também serve para servir de modelo numa ou noutra fotografia do instagram.

a verdade é que cultivo o hábito de ter objectos “que não pertencem” à mesa de trabalho na mesa de trabalho. desta forma, garanto a presença de diversidade de pontos de inspiração durante os momentos de pensamento (criar, organizar, rever, escrever, entre outros).

trabalhar sozinha em home office é trabalho solitário, sobretudo quando sou chamada a pensar uma estratégia (por exemplo). ter objectos estranhos ajuda-me a praticar a criatividade quando exercito as PA (palavras aleatórias) propostas por Edward de Bono em diferentes exercícios que fomentam as ideias criativas.

 

a mesa de trabalho como espaço de criação

o pensamento criativo é algo que cada um de nós pode treinar. os momentos de treino podem acontecer nas pausas ao longo do nosso dia de trabalho.

olhar para o que está à nossa volta, “viajar” pelas lombadas dos livros pode ser uma forma de desbloquear para  ser mais produtiva/o. ter um unicórnio em cima da mesa, uma embalagem de biscoitos de cão, lado a lado com livros e dicionários de filosofia e o marketing 4.0 de kotler são uma provocação e um lembrete para o seguinte:

• ser criativo não passa por inventar a roda.
• ser criativo é pensar em formas diferentes de construir a roda que sempre conhecemos.

tive oportunidade de falar sobre este assunto num podcast do Público, que estará disponível muito em breve.

a criatividade passa muito por introduzir novas formas de fazer o mesmo e não implica necessariamente fazer algo original – entendendo original como algo nunca antes visto no mundo.

 

quem diz unicórnio diz outros objectos “anormais”

 

outros exemplos de objectos “anormais” no home office: um conjunto de talheres, uma ampulheta, uma caixa de story cubes, uma embalagem de tampões para os ouvidos, um azulejo, uma pedra da calçada. ou aquela meia que está sem par desde quinta-feira passada.

de quando em vez, faça um refresh aos objectos anormais, pois com o passar do tempo eles deixam de ser potenciadores de um olhar novo e tornam-se banais. pode acontecer por hábito ou por motivos de contexto (foi o que aconteceu com os frascos de álcool etílico que se tornaram comuns um pouco por todo o lado).

procurar o próximo objecto “anormal” a habitar a nossa mesa de trabalho pode ser uma óptima desculpa para parar as tarefas em curso e dar uma pausa ao nosso cérebro.

em contexto de teletrabalho recomendo a visita a uma das outras divisões da casa. abra gavetas, revisite aquele armário de arrumos, preste atenção àquilo que o rodeia.

 

 

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se quer saber mais sobre as PA (palavras aleatórias) e outras formas de treinar o pensamento criativo, considere participar na oficina de criatividade  que estou a dinamizar junto da Bertrand Livreiros:

• pensar DENTRO da caixa 

 

onde também estou a orientar oficinas de pensamento crítico e filosofia:

• a perguntar é que a gente se entende
• blind date com filósof@s – ciclo de leituras de textos filosóficos
• cafés filosóficos 

 

(se algum dos links acima acusar que a formação já aconteceu, pode enviar-me um e-mail para info @ joanarita ponto eu e terei todo o gosto em partilhar a agenda actualizada das minhas oficinas).

 

📷 Lucas Santos / Unsplash